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MARTINS, W. A Palavra Escrita. São Paulo: Ática, 3. ed. 1998. 512 p | MARTINS, W. A Palavra Escrita. São Paulo: Ática, 3. ed. 1998. 512 p |
Edição das 20h57min de 22 de setembro de 2015
Índice |
Introdução
Desde o seu nascimento na história antiga, as bibliotecas tem evoluído, ofertando suporte à busca incessante por conhecimento. Etmologicamente, biblioteca é formado por dois afixos gregos, "biblo" (livro) mais "theke" (lugar de guarda), de certa forma relacionando as bibliotecas aos livros, mesmo que desde sua origens tenha gerenciado outras formas de documentos, desde papíros nos antigo Egito aos documentos em formato digital atuais.
Com o advento da escrita, surgiu o registro em algum suporte e com isso a necessidade de gerenciamento desses documentos. Martins (1998) advoga que as bibliotecas em seu nascimento era o local de salvaguarda de documentação em suportes diversos, como vegetais, animais e minerais. Com isso a biblioteca tem sua existência a necessidade de preservação de registro, resultando da revolução resultante da escrita. O surgimento da escrita é o ponto primordial no surgimento das bibliotecas (PINHO;MACHADO, 2007).
Não se pode falar das bibliotecas na Idade Antiga sem mencionar a Biblioteca de Alexandria e da Biblioteca do Templo de Edfu, no Alto Egito, que possuía um catálogo rudimentar, incrustado nas paredes. Revela-se que desde a antiguidade, biblioteca, seu acervo e seu catálogo formam uma unidade. Entretanto, a primeira evidência de biblioteca no mundo antigo é da Arcádia, estabelecida pelo Regente Sargão I, em 3.800 antes de Cristo, para armazenar registros em tabletes de argila cozida, conforme relato de Sharma (1997). Outras bibliotecas no oriente também tiveram acervo formado por registros em pele, seda e outros suportes. Com isso, revela-se que as bibliotecas no mundo antigo possuíam uma grande diversidade de suportes.
A Idade Média ficou conhecida como Idade das Trevas, pois muito do conhecimento do mundo antigo ter sido relegado. Entretanto, surgem as bibliotecas nos monastérios, copiando manuscritos e preservando-os. A primeira biblioteca monástica data de 529 DC, no monastério de Monte Cassino, na atual Itália. Assim, o acervo forma-se na grande maioria de manuscritos religiosos, mas também de textos clássicos que, por essa iniciativa, chegaram aos dias atuais. Assim, os livros começam a ser a unidade informacional das bibliotecas.
A invenção dos tipos móveis pelo Gutenberg em 1552 altera a produção de livros, de manuscritos para impressos. Para as bibliotecas esse fato toma uma proporção maior. Araujo e Oliveira (2005) relatam que houve grandes modificações na produção, armazenamento e difusão do conhecimento, com a quebra do monopólio da igreja. Com isso, torna mais acessível o acesso à documentação mantida nas bibliotecas. Surgem as bibliotecas universitárias e o livro torna-se mais acessível, firmando o livro como unidade da biblioteca.
O aumento da produção de livros tem impacto nas bibliotecas, pois precisam organizar e gerenciar o seu acervo, criando formas de classificação e processos que facilitem a manipulação de seu catálogo. Se no início os catálogos eram apenas índices dos documentos existentes no acervo, gradativamente tornam-se e chaves importantes para consultas e pesquisas. Tanto que, para Mey (1995), o catálogo é:
“um canal de comunicação estruturado, que veicula mensagens contidas nos itens, e sobre os itens, de um ou vários acervos, apresentando-as sob forma codificada e organizada, agrupadas por semelhanças, aos usuários desse(s) acervos(s).”
Os catálogos manuais e suas fichas, estabelecem processos nas bibliotecas, tornando parte fundamental para o seu funcionamento. Com a informatização.
Catálogos online
Os catálogos online, originalmente em inglês online public access catalog (OPAC), é primordialmente uma base de dados referenciais de material bibliográfico acessível de forma online. Essa base de dados compõe-se de registros de livros e outros documentos mantidos por uma biblioteca. O maior objetivo de uma OPAC é facilitar o acesso aos materiais disponibilizados pela biblioteca.
Sobre o Koha
O Koha Integrated Library Management System, ou simplesmente Koha, é um sistema de gerenciamento de bibliotecas totalmente operado via internet, sendo o primeiro sistema completo de gestão de bibliotecas e centros de documentação em formato de software livre e aberto a ser distribuido no mundo. Desenvolvido originalmente para a Biblioteca Horowhenua da Nova Zelândia pela Katipo Communications Ltd em 1999, o sistema foi lançado oficialmente em janeiro de 2000 e desde então tem recebido contribuições de desenvolvedores, profissionais da informação e usuários que participam ativamente de seu aperfeiçoamento.
Atualmente, o software tem sido mantido em desenvolvimento por diferentes iniciativas, com o apoio de várias empresas e organizações distribuídos por vários países.
O braço mais profícuo de desenvolvimento é contudo o mantido pela Koha Community1, um grupo de entusiastas formado por desenvolvedores, bibliotecários e demais interessados no uso de sistemas de informação em bibliotecas e centros de documentação que periodicamente lançam atualizações para o software com soluções para problemas de desenvolvimento e inclusão de novas ferramentas.Isso é possível pois o software é distribuído sob os auspícios da licença GPL2 (General Public Licence), o que permite sua distribuição e modificação livremente. O Koha é caracterizado por ser não apenas um software de busca para acervos informacionais, mas sim um pacote completo de gerenciamento, com módulos responsáveis pela circulação de materiais, catalogação, aquisições, periódicos e controle dos usuários.Desde seu desenvolvimento, diversas empresas procuraram criar derivações do código original que atendessem a seus interesses particulares. A versão do Koha utilizada pela Seção de Biblioteca Escolar é a distribuída pela Koha Community e que se encontra atualmente em sua versão 3.6, lançada em outubro de 2011.Com o passar do tempo, o sistema extrapolou as fronteiras da Nova Zelândia e ganhou espaço em diversos países, com milhares de bibliotecas e centros de informação já utilizando o Koha.
Ao comparar algumas OPACs atuais, Yang e Hoffmann (2010) revelaram que o Koha atende a maior parte das características para a próxima geração de catálogos, com uma interface web apropriada ao momento tecnológico.
Referências
ARAÚJO, Eliany Alvarenga; OLIVEIRA, Marlene. A produção de conhecimentos e a origem das bibliotecas. In: OLIVEIRA, Marlene. Ciência da Informação e biblioteconomia: novos conteúdos e espaços de atuação. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2005
MARTINS, W. A Palavra Escrita. São Paulo: Ática, 3. ed. 1998. 512 p
MEY, Eliane Serrão Alves. Introdução à catalogação. Brasília: Briquet de Lemos/Livros, 1995.
PINHO, A. C.; MACHADO, AL. História das Bibliotecas, 2007. Disponível em: http://www.slinestorsantos.seed.pr.gov.br/redeescola/escolas/11/2590/17/arquivos/File/Biblioteca/bibliotecaorigem.htm, Acesso em 21/09/2015.
SHARMA, J. S.. Fudanmentals of Library Science: A modern Approach. Delhi The Macmillan. 1997.
YANG, Sharon Q.; HOFMANN, Melissa A. The next generation library catalog: A comparative study of the OPACs of Koha, Evergreen, and Voyager. Information Technology and Libraries, v. 29, n. 3, p. 141-150, 2013.
http://www.letras.ufscar.br/linguasagem/edicao17/art_bastos.php