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− | Desde o seu nascimento na história antiga, as bibliotecas | + | Desde o seu nascimento, na história antiga, as bibliotecas têm evoluído, oferecendo suporte à busca incessante por conhecimento. Etmologicamente, biblioteca é formado por dois afixos gregos, "biblo" (livro) e "theke" (lugar de guarda), o que relaciona, de certo modo, as bibliotecas aos livros, ainda que essas tenham gerenciado, desde sua origem, outras formas de documentos, dos papiros nos antigo Egito aos documentos em formato digital atuais. |
− | Com o advento da escrita, surgiu | + | Com o advento da escrita, surgiu a possibilidade de registrar informações em algum suporte e, com isso, a necessidade de gerenciamento desses documentos. Martins (1998) aponta que as bibliotecas, em seu nascimento, eram o local de salvaguarda de documentação em suportes diversos, produzidos a partir de vegetais, animais e minerais. O surgimento da escrita é, então, ponto primordial para o surgimento das bibliotecas, já que a instituição objetiva, inicialmente, preservar tais registros(PINHO; MACHADO, 2007). |
− | + | A primeira evidência de uma biblioteca no mundo antigo é a de Arcádia, estabelecida pelo regente Sargão I, em 3800 a.C., que armazenava registros feitos em tabletes de argila cozida. (SHARMA, 1997). Outras bibliotecas, no Oriente, possuiam acervo formado por registros em pele, seda e outros suportes. Isto aponta uma grande diversidade de suportes entre as bibliotecas da Antiguidade. Dentre as bibliotecas da Idade Antiga, destacam-se as de Alexandria e a do Templo de Edfu, no Alto Egito. Elas possuiam um catálogo rudimentar, incrustado em suas paredes. Desde aquela época, a biblioteca, seu acervo e catálogo formam uma unidade. | |
− | A Idade Média ficou conhecida como Idade das Trevas, | + | A Idade Média ficou conhecida como Idade das Trevas, já que desconsiderou grande parte do conhecimento do mundo antigo. Apesar disto, surgiram as biblitecas de monastérios, em que se copiava manuscritos e era realizada sua preservação. A primeira biblioteca monástica data de 529 d.C., no monastério de Monte Cassino, na atual Itália. Nas bibliotecas dos monastérios, a maior parte do acervo era formada por manuscritos religiosos, mas também possuia textos clássicos que, desta forma, chegaram aos dias atuais. Neste contexto, os livros começam a ser a unidade informacional mais comum nas bibliotecas. |
− | A invenção dos tipos móveis | + | A invenção dos tipos móveis por Gutenberg em 1552 altera a produção de livros e manuscritos para impressos. Para as bibliotecas, esse fato toma uma proporção maior. Araujo e Oliveira (2005) relatam que houve grandes modificações na produção, armazenamento e difusão do conhecimento, com a quebra do monopólio da Igreja Católica. Com isso, o acesso à documentação mantida pelas bibliotecas se torna mais acessível. O livro se firma como unidade informacional nas bibliotecas e estas instituições chegam, também, às universidades. |
− | O aumento da produção de livros tem impacto nas bibliotecas, | + | O aumento da produção de livros tem impacto nas bibliotecas, que precisam organizar e gerenciar o seu acervo, criando formas de classificação e processos que facilitem a manipulação de seu catálogo. Se, no início, os catálogos eram apenas índices dos documentos existentes no acervo, gradativamente tornam-se chaves importantes para consultas e pesquisas. Tanto que, para Mey (1995), o catálogo é: “um canal de comunicação estruturado, que veicula mensagens contidas nos itens, e sobre os itens, de um ou vários acervos, apresentando-as sob forma codificada e organizada, agrupadas por semelhanças, aos usuários desse(s) acervos(s).” |
− | + | As fichas bibliográficas e os catálogos manuais, criados por Paul Otlet (Bruxelas, 23 de agosto de 1868 — 10 de novembro de 1944) revolucionaram a forma de se relacionar com o catálogo, possibilitando que o usuário encontrasse a obra desejada. Isto amplia a utilização dos materiais informacionais disponíveis e dá independência aos leitores. Entretanto, com acervos cada vez maiores, torna-se quase impossível manipular catálogos manuais, além da grande dificuldade de atualizá-los. | |
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− | As fichas bibliográficas e os catálogos manuais, criados por Paul Otlet (Bruxelas, 23 de agosto de 1868 — 10 de novembro de 1944) revolucionaram a forma de se relacionar com o catálogo, possibilitando que o usuário encontrasse a obra desejada | + | |
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== Catálogos online == | == Catálogos online == |
Edição das 10h50min de 26 de dezembro de 2017
Índice |
Introdução
Desde o seu nascimento, na história antiga, as bibliotecas têm evoluído, oferecendo suporte à busca incessante por conhecimento. Etmologicamente, biblioteca é formado por dois afixos gregos, "biblo" (livro) e "theke" (lugar de guarda), o que relaciona, de certo modo, as bibliotecas aos livros, ainda que essas tenham gerenciado, desde sua origem, outras formas de documentos, dos papiros nos antigo Egito aos documentos em formato digital atuais.
Com o advento da escrita, surgiu a possibilidade de registrar informações em algum suporte e, com isso, a necessidade de gerenciamento desses documentos. Martins (1998) aponta que as bibliotecas, em seu nascimento, eram o local de salvaguarda de documentação em suportes diversos, produzidos a partir de vegetais, animais e minerais. O surgimento da escrita é, então, ponto primordial para o surgimento das bibliotecas, já que a instituição objetiva, inicialmente, preservar tais registros(PINHO; MACHADO, 2007).
A primeira evidência de uma biblioteca no mundo antigo é a de Arcádia, estabelecida pelo regente Sargão I, em 3800 a.C., que armazenava registros feitos em tabletes de argila cozida. (SHARMA, 1997). Outras bibliotecas, no Oriente, possuiam acervo formado por registros em pele, seda e outros suportes. Isto aponta uma grande diversidade de suportes entre as bibliotecas da Antiguidade. Dentre as bibliotecas da Idade Antiga, destacam-se as de Alexandria e a do Templo de Edfu, no Alto Egito. Elas possuiam um catálogo rudimentar, incrustado em suas paredes. Desde aquela época, a biblioteca, seu acervo e catálogo formam uma unidade.
A Idade Média ficou conhecida como Idade das Trevas, já que desconsiderou grande parte do conhecimento do mundo antigo. Apesar disto, surgiram as biblitecas de monastérios, em que se copiava manuscritos e era realizada sua preservação. A primeira biblioteca monástica data de 529 d.C., no monastério de Monte Cassino, na atual Itália. Nas bibliotecas dos monastérios, a maior parte do acervo era formada por manuscritos religiosos, mas também possuia textos clássicos que, desta forma, chegaram aos dias atuais. Neste contexto, os livros começam a ser a unidade informacional mais comum nas bibliotecas.
A invenção dos tipos móveis por Gutenberg em 1552 altera a produção de livros e manuscritos para impressos. Para as bibliotecas, esse fato toma uma proporção maior. Araujo e Oliveira (2005) relatam que houve grandes modificações na produção, armazenamento e difusão do conhecimento, com a quebra do monopólio da Igreja Católica. Com isso, o acesso à documentação mantida pelas bibliotecas se torna mais acessível. O livro se firma como unidade informacional nas bibliotecas e estas instituições chegam, também, às universidades.
O aumento da produção de livros tem impacto nas bibliotecas, que precisam organizar e gerenciar o seu acervo, criando formas de classificação e processos que facilitem a manipulação de seu catálogo. Se, no início, os catálogos eram apenas índices dos documentos existentes no acervo, gradativamente tornam-se chaves importantes para consultas e pesquisas. Tanto que, para Mey (1995), o catálogo é: “um canal de comunicação estruturado, que veicula mensagens contidas nos itens, e sobre os itens, de um ou vários acervos, apresentando-as sob forma codificada e organizada, agrupadas por semelhanças, aos usuários desse(s) acervos(s).”
As fichas bibliográficas e os catálogos manuais, criados por Paul Otlet (Bruxelas, 23 de agosto de 1868 — 10 de novembro de 1944) revolucionaram a forma de se relacionar com o catálogo, possibilitando que o usuário encontrasse a obra desejada. Isto amplia a utilização dos materiais informacionais disponíveis e dá independência aos leitores. Entretanto, com acervos cada vez maiores, torna-se quase impossível manipular catálogos manuais, além da grande dificuldade de atualizá-los.
Catálogos online
Os catálogos online, originalmente em inglês online public access catalog (OPAC), é primordialmente uma base de dados referenciais de material bibliográfico acessível de forma online. Essa base de dados compõe-se de registros de livros e outros documentos mantidos por uma biblioteca. O maior objetivo de uma OPAC é facilitar o acesso aos materiais disponibilizados pela biblioteca.
Sobre o Koha
O Koha Integrated Library Management System, ou simplesmente Koha, é um sistema de gerenciamento de bibliotecas totalmente operado via internet, sendo o primeiro sistema completo de gestão de bibliotecas e centros de documentação em formato de software livre e aberto a ser distribuido no mundo. Desenvolvido originalmente para a Biblioteca Horowhenua da Nova Zelândia pela Katipo Communications Ltd em 1999, o sistema foi lançado oficialmente em janeiro de 2000 e desde então tem recebido contribuições de desenvolvedores, profissionais da informação e usuários que participam ativamente de seu aperfeiçoamento.
Atualmente, o software tem sido mantido em desenvolvimento por diferentes iniciativas, com o apoio de várias empresas e organizações distribuídos por vários países.
O braço mais profícuo de desenvolvimento é contudo o mantido pela Koha Community1, um grupo de entusiastas formado por desenvolvedores, bibliotecários e demais interessados no uso de sistemas de informação em bibliotecas e centros de documentação que periodicamente lançam atualizações para o software com soluções para problemas de desenvolvimento e inclusão de novas ferramentas.Isso é possível pois o software é distribuído sob os auspícios da licença GPL2 (General Public Licence), o que permite sua distribuição e modificação livremente. O Koha é caracterizado por ser não apenas um software de busca para acervos informacionais, mas sim um pacote completo de gerenciamento, com módulos responsáveis pela circulação de materiais, catalogação, aquisições, periódicos e controle dos usuários.Desde seu desenvolvimento, diversas empresas procuraram criar derivações do código original que atendessem a seus interesses particulares. A versão do Koha utilizada pela Seção de Biblioteca Escolar é a distribuída pela Koha Community e que se encontra atualmente em sua versão 3.6, lançada em outubro de 2011.Com o passar do tempo, o sistema extrapolou as fronteiras da Nova Zelândia e ganhou espaço em diversos países, com milhares de bibliotecas e centros de informação já utilizando o Koha.
Ao comparar algumas OPACs atuais, Yang e Hoffmann (2010) revelaram que o Koha atende a maior parte das características para a próxima geração de catálogos, com uma interface web apropriada ao momento tecnológico.
Referências
ARAÚJO, Eliany Alvarenga; OLIVEIRA, Marlene. A produção de conhecimentos e a origem das bibliotecas. In: OLIVEIRA, Marlene. Ciência da Informação e biblioteconomia: novos conteúdos e espaços de atuação. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2005
MARTINS, W. A Palavra Escrita. São Paulo: Ática, 3. ed. 1998. 512 p
MEY, Eliane Serrão Alves. Introdução à catalogação. Brasília: Briquet de Lemos/Livros, 1995.
PINHO, A. C.; MACHADO, AL. História das Bibliotecas, 2007. Disponível em: http://www.slinestorsantos.seed.pr.gov.br/redeescola/escolas/11/2590/17/arquivos/File/Biblioteca/bibliotecaorigem.htm, Acesso em 21/09/2015.
SHARMA, J. S.. Fudanmentals of Library Science: A modern Approach. Delhi The Macmillan. 1997.
YANG, Sharon Q.; HOFMANN, Melissa A. The next generation library catalog: A comparative study of the OPACs of Koha, Evergreen, and Voyager. Information Technology and Libraries, v. 29, n. 3, p. 141-150, 2013.
http://www.letras.ufscar.br/linguasagem/edicao17/art_bastos.php