Repox

De IBICT
Edição feita às 14h01min de 11 de dezembro de 2014 por Priscila (disc | contribs)

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Apresentação

A adoção de ferramentas prontas tornou-se a chave para a economia nas empresas, organizações e institutos, visto que altera o modelo tradicional da informática, que consistia no processo focado de desenvolvimento de programas. Com isso, criam-se novas oportunidades, principalmente na prestação de suporte às tecnologias adotadas. Com isso, requer-se documentação apropriada a divulgação de informação sobre as ferramentas, de acordo com o tipo de usuário.

Assim, o presente documento visa apresentar o software para criação de sistema agregador REPOX, destinado aos profissionais da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). Para tanto, inclui parte teórica que embasou o desenvolvimento do software, de forma a apoiar a equipe no entendimento das funcionalidades implementadas. Com isso, facilitar o entendimento do sistema, não apenas explicando o uso da ferramenta.

Arquivos Abertos (Open Archieves)

O movimento dos arquivos abertos teve os preceitos lançados na Convenção de Santa Fé (estado do Novo México nos Estados Unidos), em 1999, com forte alinhamento com os conceitos do Movimento de Acesso Aberto. Dentre os conceitos firmados pelos estudiosos participantes do evento, pode-se destacar a interoperabilidade, que oferta embasamento para o desenvolvimento de ferramentas que possibilitam a troca de informação entre sistemas de informação acadêmica.


Com os arquivos abertos, Sena (2001) considera que a ciência ampliou as suas possibilidades, ao passo que possibilita a troca de dados, informações e conhecimentos de diversas áreas do conhecimento. Nesse ponto, o arquivo aberto oferta as definições de infraestrutura para que processos interdisciplinares ocorram, ampliando as possiblidades de acesso à informação, com a implementação da interoperabilidade.


Tanto que, Triska e Café (2001) considera a interoperabilidade o cerne dos arquivos abertos. Para a adoção da interoperabilidade seguem-se as orientações como: a) o uso de protocolo de comunicação comum (um conjunto de orientações para desenvolvimento de programas e não um programa em si), dados intercambiados no formato XML (eXtensible Markup Language) e a utilização de um esquema de metadados comum.


Com isso, Weitzel (2005) afirma que com a interoperabilidade pode criar sistema que colhe, preserva informação proveniente de vários sistemas e dá acesso à informação consolidada, apresentando uma maturidade técnica e tecnológica. Com isso, podem-se criar redes destinadas ao compartilhamento de informações.


Nesse contexto, Marcondes e Sayão (2008) considera que as redes correspondem à plena utilização da interoperabilidade, ofertando um serviço robusto, mas que requer maior esforço dos participantes. Com isso, os arquivos abertos estabelecem-se no âmbito do acesso aberto à informação, como base na criação de redes que ampliam a oferta de acesso, contribuindo à visibilidade das instituições parceiras.

Conceitos da Interoperabilidade

O processo de interoperabilidade, relacionado ao movimento de arquivos abertos, atende a existência de três elementos, os provedores de dados, os provedores de dados e os agregadores. Como o foco está no intercambio de informação entre sistemas informatizados, de forma automática, os provedores de dados são os sistemas que ofertam os dados para que sejam coletados para os provedores de serviços, de forma a poderem ofertar serviços consolidados. Os agregadores são sistemas que coletam as informações como os provedores de serviços e, também, ofertam os dados coletados como os provedores de dados (figura 1).


Um provedor de dados dispõe seus dados na forma de sets, ou seja, conjunto de registros. Assim, a coleta pode ser feita em todo o provedor ou em apenas alguns sets. Os sets podem ser estruturais ou virtuais. Em grande parte dos provedores de dados os registros estão contidos em estruturas de organização, com os sets representando essas estruturas. Outros provedores criam sets virtuais conforme alguma característica ou para responder a algum provedor de serviço.


Para o processo de coleta automática de metadados (harvesting), pro sua vez, tem-se a utilização de um protocolo, os esquemas de metadados, os crosswalks e os mapeamentos. Esse processo é assíncrono, ocorrendo conforme planejamento, ou seja, um determinado agregador ou provedor de dados programa a ocorrência da coleta, conforme as necessidades.


No que ser refere ao protocolo, atualmente se concentram em dois, o Open Archives Initiative Protocol for Metadata Harvesting (OAI-PMH) e o Open Archives Initiative Object Reuse and Exchange (OAI-ORE). Os dois protocolos possuem a mesma finalidade de coletar automaticamente metadados dos provedores de dados, mas se diferem apenas em questões simples, enquanto o OAI-PMH coleta apenas os metadados, o OAI-ORE permite coletar, os metadados, as relações entre os objetos digitais descritos pelos metadados e até os objetos digitais. Há duas implementações desses protocolos, um que faz a coleta e outro que responde. O REPOX, como agregador, implementa as duas camadas de protocolo, que coleta e responde a coleta.


Os metadados coletados se apresentam no formato XML, que facilita o processamento nos provedores de serviços e agregadores. Entretanto, devem estar em um esquema de metadados, um padrão que permite que os sistemas processem corretamente o conteúdo. Nesse ponto, grande parte dos sistemas que implementam a interoperabilidade responde, no mínimo com o esquema de metadados Dublin Core. O REPOX pode coletar e responder a vários esquemas de metadados graças à implementação dos Crosswalks.


Como os metadados são interoperados no formato XML, podem-se flexibilizar os provedores de dados, agregadores e provedores de serviços com os crosswalks, que são programas conversores, desenvolvidos em XSLT (eXtensible Stylesheet Language for Transformation). Assim, possibilita a transformação de um esquema de metadados para outros. No REPOX foram desenvolvidos alguns crosswaks para atender as necessidades da BDTD.


Outro ponto importante para os provedores de dados e agregadores é a normalização do conteúdo. Como coleta-se metadados de vários provedores de dados, em muitos casos, utilizam-se padrões diferentes. Por exemplo, para idioma têm-se padrões ISO com duas ou três letras. Assim, Português pode ser representado por: pt, pt_br ou por. Para unificar o conteúdo pode-se fazer uso de mapeadores, em campos que são padronizados nos provedores de dados, mas difere-se de um provedor para outro. Os mapeadores são implementados com XSLT, da mesma forma que os crosswalks.


Nesse contexto, o REPOX permite criar um agregador, com interface para gerenciamento do harvesting, com a utilização do protocolo OAI-PMH. Oferta, também, facilidades para desenvolvimento e integração de crosswalks e mapeadores. Com isso, torna-se uma ferramenta completa no que se refere ao harvesting.


Figura 1 - Elementos do REPOX.jpg